Você
passa por mim e acena, eu aceno de volta. Talvez tenha sido melhor assim,
acabar antes de o fim ser uma página amassada, um lugar escuro e dolorido.
Acabar antes que as cicatrizes se tornassem grandes demais pra passarem despercebidas,
acabar enquanto ainda conseguimos falar um com o outro olho no olho. O tempo
passa.
Dos
seus olhos aquele habitual brilho sumiu, mas ele vai voltar eu prometo, tá
sendo difícil pra mim também mas foi melhor assim, enquanto você ainda consegue
acenar, mesmo que seja de longe, pra mim. Enquanto você consegue olhar pra mim,
mesmo sem o habitual brilho que seus olhos tinham.Enquanto você ainda consegue
conversar futilidades comigo. O tempo passa.
E você
vai perguntar quais textos eu ando escrevendo e eu vou perguntar quais filmes
você andou assistindo, e ficamos assim, apenas conversas superficiais, mas o
suficiente pra manter certa aproximação, tudo isso por que simplesmente nos
recusamos a deixarmos um ao outro, você olha pra mim com saudade, mas o que eu
posso fazer? Foi melhor assim e apesar de tudo o tempo passa.
O
tempo passa e esse é o meu medo, ele passa rápido demais, daqui a pouco você
vai estar de mãos dadas com outra garota e escutando os problemas dela, mas sei
que mesmo assim quando eu passar você vai acenar.
O
tempo passa e eu vou encontrar outro garoto pra segurar as minhas mãos e ouvir
meus problemas, mas vou acenar de volta.
Porque
o passar do tempo vai mostrar que foi melhor acabar enquanto ainda conseguíamos
acenar um pro outro, e só assim a gente vai levando, sabendo que um dia algo especial
existiu e acabamos antes que esse “algo especial” acabasse e o que restou dele
a gente conseguiu transformar ele em algo bom.
A
gente não gritou, não brigou. Simplesmente acabou. A culpa não foi minha nem
sua, foi do tempo:ele passou.
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